quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

De extremos e extremistas



Os radicalistas que me perdoem, mas meio-termo é fundamental!
Pra mim sempre vale a máxima: “o equilíbrio está no meio termo”. E está mesmo. Não é por acaso que pessoas extremistas são meio desequilibradas...
Recentemente eu li um livro sobre educação de crianças que se propunha radical e extremista, assim, sem titubear. Criticando mesmo o “caminho do meio”. No início da leitura eu até me senti meio ofendida: “será que eu sou tão meio termo assim?”, mas ao final percebi que conheço algumas crianças educadas daquela forma proposta, e que não estão dando boa coisa não. Não sei se a culpa é da educação ou da personalidade, só sei que crianças de 2, 3 anos que, para os pais “têm uma personalidade!”, costumam, ao crescer um pouquinho, serem evitadas em festinhas e programinhas familiares (confesso que tenho evitado algumas por aí) e, na adolescência, por vezes, tacam fogo em algum índio deitado no ponto de ônibus. Acontece... é a personalidade.
É claro que não sou a favor da rigidez na educação, sobretudo com crianças pequenas, mas nesse caso, e em todos os outros da vida, fico no meio termo. Acredito mesmo, piamente, que não há nada que seja totalmente ruim, nem totalmente bom nesse mundo. Óbvio que existem aquelas coisas raras (talvez não tão raras assim) das quais não se aproveita nada, nadinha! E também têm as outras, essas sim, muito raras, onde pode-se acreditar em cem por cento. Mas no geral, aproveita-se de tudo um pouco e um pouco de tudo, na medida do bom senso, permeado pelo equilíbrio.
Mesmo assim, eu ando vendo muito o contrário por aí. Tem gente que tem uma idéia sobre algo e não abre mão mesmo daquilo! Não ouve, não quer saber e acha que a sua verdade é absoluta, assim como a nossa e qualquer outra mentira é absolutamente falsa. Êh-êh!
Ultimamente tenho estado por dentro das novidades no que diz respeito à criação de bebês e de crianças pequenas. E nesse meio – meu Deus! – como existem infinitas e infinitas versões. Cheguei até a pensar em escrever um livro sobre isso. Já que ninguém sabe nada mesmo, eu, que também nada sei, poderia dar minha contribuição. Mas já desisti. Agora que acabei o doutorado, tenho mais é que estudar pra passar em algum concurso. E fora que antes disso ainda tenho que terminar de ler a “saga” Crepúsculo e as Crônicas de Nárnia. Isso cuidando da casa e de duas crianças, uma com três anos e outra com três meses. Mesmo assim eu já ouvi a frase: “mas você nem tá trabalhando...” Diante dela eu deveria ter chorado, mas eu ri. Sou do meio termo, não levo as coisas tão a sério assim.
Concordo que devemos ser o mais natural possível na criação de bebês. Concordo e defendo a ferro e fogo! Achei um absurdo uma pediatra ter deixado prescrito complemento alimentar pra minha filha já na maternidade. Ela nasceu saudável, com 3,430 kg e eis que a “dotôra” chega no quarto e solta: “Olha, eu vou deixar Nan prescrito, porque pode ser que ela mame no peito e não fique satisfeita, porque ela é gordinha.” (Claro que se ela fosse de baixo peso a frase seria a mesma, trocando o gordinha pelo magrinha). Agora me digam: o que passa pela cabeça de um médico pra fazer isso? “Claro que ela não vai ficar satisfeita: a Nestlé é muito mais inteligente do que a natureza e fabricou um leite que satisfaz muito mais as necessidades de um recém-nascido do que o leite materno." Pobres das crianças nascidas antes do advento da Nestlé. Aliás, como foi que a humanidade chegou até aqui?
Com exceção da minha filha, todos os outros bebês saíram daquele hospital tomando complemento. E duvido que hoje, três meses depois, algum deles esteja mamando no peito. E olha que estamos falando do melhor hospital da cidade, referência na América Latina e o escambal.
Minha opção, não radical, mas natural, é amamentar exclusivamente até os seis meses. Mas, depois que minha filhinha crescer mais um pouquinho, já estiver comendo frutinhas, papinhas e tal, os legumes e frutas serão os comprados no mercado mesmo. Não vai rolar de cultivar uma horta e um pomar aqui na minha casa pra colher sempre tudo do mais orgânico e natural possível. E acho também que um danoninho de vez em quando não faz mal nenhum! Lipídios, glicídios, protídios, cálcio, ferro, fósforo e vitamina A. Que mal isso há de fazer?
Alguns acreditam que faz mal. Outros entopem seus filhos de produtos industrializados.
Eu, claro, fico sempre no meio termo.