domingo, 20 de dezembro de 2009

Da identidade mestiça


Titulozinho sem-vergonha esse! Se fosse minha tese, estaria super à vontade para começar dessa forma. Mas não, não é! Não vim escrever dos meus sujeitos, tão híbridos, tão mestiços. O assunto é outro (graças a Deus, diga-se de passagem).
Na verdade o meu desabafo aqui é outro. É um protesto: vamos relaxar! Misture!
Seria mentira se eu dissesse que não gosto de estudar, que não gosto de ler, que não gosto de discutir os temas com os quais trabalho. Gosto! Gosto bastante, inclusive. A ponto de ter escolhido me enveredar por esses caminhos e assumir uma “identidade intelectual”. Tive uma formação crítica, sei e gosto de emitir minha opinião sobre os mais polêmicos assuntos que rolam na “academia”. E, sim, estou por dentro do que andam pensando os pensadores da moda. Mas o fato é que gosto de me desligar. Gosto não, amo! Como é bom poder relaxar com a ajuda de futilidades. Meus momentos de relaxamento são preciosos pra mim. E como!
Às vezes pode soar pouco intelectual gostar de assistir a novela das oito, estar por dentro das cores de esmalte da moda (amei o novo Atrevida da Colorama) e das fofocas que rolam sobre os artistas. Ler romances best-sellers? (Tô doida por um tempinho pra ler Crepúsculo e etc.) Assistir ao Big-brother? Folhear a Caras? Usar o Orkut? Twitter? Youtube? Joguinhos da Internet? Meu Deus! Pior ainda: assistir a filmes americanos e gostar. E chorar! Que gafe! Mas eu adoro! E, pra ser sincera, não gosto de quando o final não é feliz. É um filme, gente! Não é vida real! O que é que tem se for besta, romântico demais, fora da realidade? Fala sério! Não tenho que produzir um ensaio crítico de tudo que vejo por aí, né? Me poupem!
E tenho que fazer uma confissão: eu não gosto de filmes cults! Um ou outro, alguma coisa diferente, de vez em quando, ainda vai. Mas sempre? Preferir os cults aos água-com-açúcar? Deus me livre! “Hello-ô”! É meu momento de lazer, de descanso. Eu quero mais é um galã maravilhoso e uma mocinha indefesa pra se beijarem no final!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Do Brasileirão


O Futebol é uma coisa curiosa.
Como esporte acho ótimo! Exercita muitos músculos, faz correr, pular, desenvolve coordenação motora e habilidades específicas. Isso sem falar no espírito de equipe, de ter que depender do outro para que uma jogada termine em final feliz. Perfeito!
Agora, como Campeonato Brasileiro, eu detesto! Não posso ouvir a palavra “Brasileirão”, que me dá irca! Se vier de mulher, então, irca dupla! Tudo bem que há um preconceito embutido nessa irca dupla, uma vez que minha geração ainda foi criada para pensar que futebol é coisa de homem e novela é coisa de mulher. Mas, não contrariando meu contexto, não posso ver uma novelinha passando em algum canal que paro um pouquinho pra ver o que tá rolando, ainda que não tenha nem nunca ouvido falar daquela novela. Agora, se for futebol, já aperto apressadamente o controle antes que o programa chame atenção do meu marido, que vai logo querer saber “quanto tá”, mesmo que não tenha nunca ouvido falar daquele time. E uma outra coisinha: odeio o fato da novela das nove acabar mais cedo na quarta pra passar os joguinhos do Brasileirão, ainda que eu não esteja seguindo a novela!
Essa briga de times durante o ano inteiro, na minha opinião, é uma das coisas mais idiotas que já se construíram. E o pior: colou! E como...
Desde o início do ano já começam os comentários: o tricolor tá na frente! o mengão tá na zona de rebaixamento! o fogão já tá no G4! o porco tá isso! o peixe tá aquilo! (sim, todos os times possuem um apelido!). Ainda que esteja nas primeiras rodadas do campeonato, essas informações causam um super frisson nos torcedores. Se for no final do ano, então... Socorro!!!! Só se fala nisso em todos os lugares e ambientes. Não importa o quanto você tente fugir, o assunto Brasileirão vem sempre à tona. E eu não vou nem entrar na questão de que, enquanto os torcedores ora falam de futebol, ora reclamam das dívidas, os clubes mergulham de cabeça numa grana alta! Problemas econômicos brasileiros à parte, fato é que eu não torço pra time nenhum. Já fui no estádio com a camisa do Flamengo ver o jogo contra não lembro quem, confesso, mas puramente pelo fato de, na época, por volta dos meus 15 ou 16 anos, eu estar paquerando um carinha que era flamenguista... Mas ficou em zero a zero mesmo.
Não torço, não gosto que torçam e me irrita o fato de o ano inteiro ter assunto pra quem torce. Eu só torço pra seleção! E mesmo assim, só na Copa! Só preciso me preocupar com isso de quatro em quatro anos! Muito melhor! Entre uma Copa e outra minha vida rende muitas outras coisas!
E agora, na reta final do Brasileirão 2009, eu torço mesmo é pra que um time para o qual ninguém torça (ou pelo menos ninguém conhecido) ganhe, mesmo sabendo que as probabilidades calculadas pelo matemático Fulano de Tal não apontem para isso. Mas pelo menos assim eles (os meus conhecidos) ficariam uns dias sem tocar no assunto...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Dos Pernilongos


Acho que não foi Deus quem criou os pernilongos. Acredito que Ele seja o criador de todas as coisas, inclusive das baratas, mas me recuso a aceitar que o pernilongo seja uma criatura divina. E não é! Não pode ser!
Talvez tenha sido uma mutação de alguma outra criatura, ou mesmo uma criação do mal para confundir os humanos. Não sei! Mas definitivamente, eles me parecem bastante malignos e com uma pitada de “sobrenatural”.
Sobrenatural sim, pois não há outra forma de se explicar como, depois de revistar o quarto, vasculhar cantinhos, rodar um pano como se fosse um ventilador para ver se algum voa (essa é uma das minhas técnicas) e, finalmente, concluir que definitivamente não há mais pernilongos no recinto, no auge do seu sonho, no meio da noite, surge um zumbido no seu ouvido... Raiva! De onde surgiu aquele ser dos infernos??? Já pensei que talvez eles pudessem passar pelo buraco da fechadura, ou mesmo pelas frestinhas da porta, mas depois concluí que não, por uma observação lógica de dimensões. É mais provável que tenham realmente vindo do além.
Outra característica assombrosa dessa espécie é a facilidade com que eles têm de sumir mesmo estando à nossa frente. Quando tentamos acompanhar o percurso de um deles para tentar abatê-lo, seja com um chinelo havaianas (ótima arma, acreditem) seja com uma daquelas raquetes criadas recentemente para torturá-los e matá-los com choques elétricos (louvado seja o inventor desse instrumento), eles simplesmente desaparecem aos nossos olhos! E aí de repente você encontra um outro pernilongo paradinho pousado numa parede limpinha. Vale a pena sujar a parede. Sempre! Mesmo que tenha sido pintada ontem! Mas permanece pra sempre a pergunta: será que aquele era o mesmo que desapareceu há pouco e teria pousado ali ou já era um outro que entrou pela fresta mágica ou pelo buraco da fechadura?
Uma dica é: nunca começar a matar pernilongos se você não tiver certeza que prosseguirá até o fim. Uma coisa é fato: se você começa a persegui-los eles dão logo um jeito de chamar reforços e mais que depressa o número deles à sua volta se multiplica, tentando enfraquecer o seu psicológico. É uma tortura mental! E é por isso que simpatizo com as raquetes... Não gosto de matar nem formiga, tenho nervoso de esmagar até aquelas bem pequenininhas, mas em se tratando de pernilongo, sinto um enorme prazer em eliminá-los! Ouvir o estalo e sentir o cheirinho de queimado é maravilhoso!
Um conhecido pegava o pernilongo (quando conseguia, pois essa também é uma técnica que requer muito treino e sabedoria) e antes de matá-lo zumbia no seu ouvido para vingar as noites de tortura! Doce vingança!
Muito boa solução (talvez a melhor, uma vez que os venenos e inseticidas já não causam muito efeito nessa espécie mutante) ainda é o bom e velho filó. Experimente colocar uma tela na sua janela e acenda a luz do quarto. Confesso que é uma sensação de superioridade humana quando você os vê batendo naquela redinha várias vezes, tentando entrar, desesperadamente, e o filó lá... intacto! O único problema do filó é que te impede de matá-los e, quem sabe, levar a espécie em extinção (não custa nada sonhar...).